Antes de Dias de Chuva tomar forma, ele era um conto para uma antologia que eu desejava publicar. Quando surgiu a ideia, a coletânea se
intitularia Abismos Urbanos, porém, depois da leitura beta do amigo e escritor
Alfer Medeiros, percebi que boa parte dos contos tinha muito que ser melhorada,
mas que, ao mesmo tempo havia ideias ali que poderiam render tramas fortes e que
valiam a pena ser melhor contadas. Foi o caso de "Os Cães de
Benjamin" que tornou-se um ebook no site da editora Estronho, e um outro
conto, que, segundo o também amigo, escritor e editor Marcelo Amado, se bem
trabalhado e detalhado, poderia ser um romance.
Então, o conto em questão foi adaptado para se tornar um
livro de bolso, e mais uma vez passou pela leitura crítica do Alfer (não assim
rápido, o processo demorou quase dois anos, pois eu não me sentia madura para
escrever a história que queria, enquanto a trama também precisava de seu tempo para
acontecer).
Após as novas diretrizes e o caminho traçado, surgiu ainda
um empecilho. Eu não achava mais aquele enredo digno de um romance. Não bastava
ser uma história para entreter, era preciso surpreender, tirar o leitor do
lugar comum, faze-lo amar e odiar os personagens...
Outro ponto que também permeou a reconstrução total da
história, era a vontade de ter um livro de fantasia onde a prioridade não fosse
a magia em si, e sim, as ações da protagonista (olha só, se alguém tinha alguma
dúvida, já sabe que é "A" protagonista). E finalmente, mesmo com o
centro sendo uma narrativa feminina e sendo um romance fantástico, eu deveria ir
além do amor romantizado pelo qual se deve e se pode tudo e qualquer coisa. Assim, essa ideia virou meta!
Depois disso resolvido, era hora de pesquisar um pouco
também sobre os mitos de nossa terra quase desconhecidos e não as versões mais
comuns. Só então, eu finalmente poderia trazer essa história à superfície.
Não há vampiros aqui (rs), apesar de gostar muito dos
tradicionais, em Dias de Chuva você encontrará um modo muito mais sutil do
mundo sobrenatural, com uma bruxa ou outra, um mito indígena ou outro, e
criaturas das trevas sim, mas que não têm mais importância que as atitudes e
escolhas dos personagens.
Agora, Dias de Chuva caminha sob o olhar cuidadoso das
leitoras betas Letícia Godoy, Susy Ramone e Liebe Wolf, e em breve chegará.
Enquanto isso fiquem com a linda melodia Walpurgisnacht da banda Faun (de onde veio muita inspiração, racional e subjetiva).
#DiasdeChuva
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